13/09/2010

LOJAS CONCEITO

Para entendermos facilmente uma LOJA CONCEITO devemos pensar que ela nada mais é que uma loja inteiramente tratada como vitrine. Se pensarmos assim, perceberemos que em Passo Fundo, apesar de usar muito o termo Concept, não tem seguido a risca o que este termo significa. Creio que há apenas uma que se aproxima dos preceitos de Loja Conceito.


Loja Conceito da  Valisère, inspirada nas lojas VICTORIA SECRET´S



Para quem vem acompanhando as últimas postagens vai saber que, portanto, a “conversa” que o conjunto terá com seus clientes deve permear o nosso cenário, agora, a própria loja. A identidade, em sua essência mais pura, retratada no todo em seu auge.
O que há de melhor deve estar lá: peças de design consagrado (há para os mais diferentes estilos), materiais de revestimento, papéis de parede, tecidos, texturas, imagens, manequins (quando de roupas e acessórios) e principalmente produtos top de linha.
Para projetarmos tais lojas, utilizamo-nos de mistério, surpresa e sensibilidade que seduzem o consumidor através da emoção, cumplicidade e exclusividade. A venda acontece de maneira natural, como uma sequência do processo.

Isso tudo deve ser concebido desde a fachada, como no caso da MASSOTTI



E sabe porque tanto cuidado?
Vivemos em uma sociedade onde pilotos automáticos tomam conta de nossas rotinas, inconscientemente nos tornamos carentes. Os e-mails são nossas palavras, não nosso diálogo, pois não acontece de forma simultânea. Temos um localizador que não nos dá sossego, o celular. O lado emocional é quase que esquecido. Nas lojas convencionais então, ele é inexistente. Tem um vendedor atendendo você e mais três ao mesmo tempo. Por muitas vezes eu entrei e saí e tenho certeza de que o vendedor nem se deu conta.

As LOJAS CONCEITO são muito mais humanas, mesmo com sua linguagem vanguardista, eu diria "até mesmo por sua linguagem vanguardista". As pessoas que nelas trabalham são treinadas para que o consumidor, no momento de sua compra ou contemplação de produtos, seja visto como único. Por isso, tais vendedores são chamados de consultores.
Em termos de arquitetura ela deve estar munida do mais alto poder de sedução, das últimas tendências, do inusitado. Não se trata de uma loja qualquer. Ela deve ser poderosa.

 É a loja convencional da marca vestida de luxo para a mais glamourosa das festas.

Como uma vitrine, as melhores peças estão dispostas na loja, jamais deve estar atrolhada de produtos. E o entorno deve acompanhar esse ponto máximo.
Se falarmos que deve ter o melhor do que há em arquitetura e decoração e suas melhores peças, parece fácil. Equivoco!

 LOJA CONCEITO Centauro









O consumidor precisa ser seduzido.
Lendo um artigo, dia desses, percebi que as sensações promovidas por uma boa exposição em um museu, por exemplo, consiste exatamente no que a sua loja deve fazer por seus clientes. Estimular seus seus sentidos, além da visão e do tato, com uma decoração equilibrada, porque não o olfato, com sutis essências, o paladar, com uma taça de champagne ou suaves coquetéis, e a audição com música ambiente apropriada e baixa. Não tão baixa que force os ouvidos para reconhecer a música e também não tão alta que impeça o diálogo e repetições, entre o consultor e o cliente.
Proporcionando um momento agradável, o cliente além de ter seus estímulos sensoriais provocados, ainda terá vontade de explorar mais a loja, cada canto, detalhe... ele deseja mais e mais ser surpreendido e a arquitetura deve ir além. Quando ele pensar que já viu tudo, vem um “algo mais”. Isso não significa carregar de elementos a decoração e layout, mas sim, sem fugir da personalidade e identidade da loja, inovar para encantar.
Quanto mais simples os estímulos sensoriais, mais fáceis são compreendidos, e mais fundo tocarão a alma. Eles humanizam nosso mundo globalizado, corrido, estressante e nos leva a um outro plano, a contemplação.
Surpreendendo os antigos, fidelizando os novos e reconquistando os inativos. Aproximando a loja e seus clientes. O prazer da compra, a “amizade” desenvolvida irão garantir o sucesso desta Loja Conceito.
Ela é a sua modelo na passarela... não pode tropeçar e precisa impactar, portanto, deve ser cuidada por profissionais que são inusitados, criativos, perspicazes (capazes de pegar no ar a intimidade com sua identidade, com seu conceito (daí o nome)) e de extremo bom gosto. Nele, você irá depositar sua confiança para fazer a diferença. 

LOJA CONCEITO Jorge Bischoff


LOJA CONCEITO Havaianas

A Havaianas é um luxo de raiz brasileira. E sua loja-conceito não poderia ser diferente. Conta com um espaço exclusivo que mescla a brasilidade com a sofisticação da moda, um cantinho super chique que embeleza ainda mais a rua Oscar Freire em São Paulo.
A estrutura interna é bem ampla e aberta, e conta com uma iluminação natural que cria uma atmosfera super agradável. O conceito buscou transmitir um pouco do espírito e da história da Havaianas, que foi dividido em várias áreas, como a barraca de feira que representa o início da marca, o contêiner de exportação apresentando os modelos que fizeram sucesso lá fora, o cilindro transparente expõe os novos produtos, como: toalhas, bolsas e sacolas. E ainda um espaço que oferece serviços de customização.


Uma loja de marca que trabalha com tudo, para seu cliente sair completo, desde acessórios para vestuário - são uma tendência emergente no mundo da moda. Armani Exchange saltou a bordo do trem com a AIX Concept Store, que estreou na Robertson Los Angeles Boulevard, também o lar de Chanel e Gap.
Tomando a idéia da loja conceito um passo adiante, as mentes em AIX, incluíram um espaço de exposição para mostrar o trabalho de artistas emergentes, onde os clientes possam verificar a arte interessante e porque não comprar uma nova t-shirt ou jeans.
Somente quem domina com o rigor de técnicas tradicionais é que pode se dar ao luxo de ousar na criação (Chanel criava o avesso de chapéus em seu início, Armani começou num pequeno atelier costurando ternos masculinos …)





Algumas publicações internacionais abordam o assundo

'The New Boutique' por Neil Bingham. Versão inglesa. Livro aborda projetos de lojas conceito em Londres, Milão, New York, Paris, Tokyo.














'Visual Merchandising' por Tony Morgan. Versão inglesa. Livro de abordagem técnica e prática de Visual Merchandising, através da análise de 'cases' reais.















'Concept Store' por Olivier Gerval e Emilie Kremer. Versão francesa. Projetos e novas abordagens de visual merchandising, perfil de consumo e branding de Lojas Conceito no mundo.

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